quinta-feira, 21 de maio de 2009


A ventania

Assovia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém,
nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha
cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que
bate em minha cara.

Eduardo Galeano

domingo, 17 de maio de 2009


Doutor, venho aqui pedir ajuda.
Pode bater raio-X, cronometrar meu tempo, bater no meu joelho que não é disso que estou falando. Estou com um problema respiratório. Não, eu não fumo – na verdade, deveria... Não consigo respirar fundo, doutor. Não consigo ter a (c)alma de alguem que deixa muito ar entrar e está bem com isso. De repente fumando acabo me obrigando a tal movimento, mas não enxergo isso como um processo natural e, assim como não quero viver a vida a base de remedios, não quero depender de cigarros. Alias, acho que esse é o principal problema, tenho incucado na cabeça que nao posso depender de nada e de ninguém. Com isso, fico com medo do que se aproxima demais a ponto de entrar e ficar em mim, mesmo que precise deste para viver.

Doutor, estou com falta de ar e de amor.