segunda-feira, 16 de novembro de 2009



Ai que saudades.
Ta chegando seu aniversário. Vai fazer um ano. Vão ser 4 meses...
Resisto em escrever, não sei o limite do sofrimento aceitável – pra mim, sendo sincera, ele é mínimo e imenso.
Desde então, me (re)crio a cada dia e estou bem. Mesmo. Mas às vezes vem o que fica. É tanto que fica que vem um vazio: gostoso na medida em que mostra a certeza do amor sentido, da vida vivida; triste na falta desmedida, da negação de ti.

Me aproprio de você sem sentir: da tua flor, tua profissão, tua alegria. Afetos herdados geneticamente, pelo sangue compartilhado. Assim, te recebo em mim feliz e orgulhosa!
Percebo a força do invisível.

Te amo!

domingo, 8 de novembro de 2009

Difícil saber... Difícil prever e mais ainda bancar.
Dói, enjoa, cansa, dá medo.
Posso deixar de ser pretensiosa e achar que controlo o mundo, a luz, eu mesma.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sempre tive muita pressa. Pressa de nascer, de comer, de crescer, de ser feliz, de viver tudo de bom da vida. Admiro a paciência. O silencio, a calma – pra mim essas são virtudes tão grandes quanto difíceis de alcançar. E assim vou indo... muitas vezes olhando pra cima, pra frente, mas tentando ao máximo simplesmente fechar os olhos.

Talismã

1ª semana de setembro

Tenho andado tão intensa. Felicidade intensa e queda em parte também. Cigarros muitos companhias cervejas e muita inspiração. Papos astrológicos, artísticos e sentimentais aos montes, que deixam tudo com uma cor diferente. Reconheço-me em tantos que assusta a paz e euforia que me traz. Quero trazer tudo pra casa e pra mim. Já está estão todos juntos misturados, sotaques novos múltiplos influenciáveis que dizem sempre o mesmo. Dizem sempre amor. Não que precisem dizer, está implícito.

Quero produzir tudo isso, colocar tal beleza em palavras, mas me faltam. Acho injusto. Turbilhões turbilhantes de uma menina cor de rosa, um paiaço, um talismã, uma fotografa apaixonada, uma artista cidadã e um psciano. Aventuras, causos, paixões e carinhos de uma série de gente atravessada, que agora me atravessa a garganta de saudade.
Mas a gente se vê em breve. O “adeus” é de momento.

sábado, 12 de setembro de 2009

Cacilda!

Primeiro ato e a angústia de perceber se, de fato, teria embrutecido e passado isso que tanto me afeta. Cabeça longe, perto, embaixo, pra frente. No céu do intervalo, uma estrela bem no centro do quadrado anunciava o que em seguida aconteceria.
Medo, choro, vontade de me dar, felicidade de me deixar afetar, uma procura turbilhante. Olho pro vídeo e me encanto. Ouço as palavras e a música e quero carinho. “Olfato, o sentido mais sincero” esse, cheirava formol; cheirava Cacilda.
Vontade de me embrenhar. De confiar e ter coragem pra me achar no meio de nós de segurança que não me deixam escorregar como contas. Conto o que? O que quero, não quero, já quis.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Parte mãe
parte irmã
parte amiga
parte espelho

parte, mas deixa um rastro de amor nesse mundinho (que tanto precisa)
e em mim, que carrego parte de você dentro (sempre precisei).
Linda, luz, voa com o vento...
mar e sol
gira gira gira girassol

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A ordem do tempo
ao Dani


O passado é o que passou
mas são também os passos oblíquos que retornam
e que estarão presentes nos passos do futuro
O que passou não passou para esses desesperados
animais da angústia que nós somos
e persiste nas garras da tarde
na luz de toda fúria da ternura imaginada
Mas só fora do tempo
deverá haver perdão pra quem assim tanto amou?

No carrossel do tempo
acorrentado procuro recompor-te
mas não cabe no poema
a tua fome de sonhos que persigo
nem os teus olhos ávidos avaros de infinitudes
nem a voraz inteligência cristal das noites essenciais:
"Carlos, por que você não diz isso
de um jeito mais simples?"

Pura volúpia só te saciavam as coisas raras
Como deter-te com nosso amor imperfeito
ou com esse obscuro soluço que conspira
na máscara deste tempo humano destroçado?

Há um humor indecoroso e inefável
no teu último teorema de alegria:
"Passado, Presente, Futuro
o Sol coloca-nos na ordem do tempo
sem ele seríamos apenas um infinito silêncio sem acordes"
Daniel
Espírito do ar - Ariel
Lapislazúli - Luz do céu.

Carlos Lima
"Encher-se
Esvaziar-se
Encher-se"

Quero fazer um infinito, um buraco no chão. Andar no mesmo lugar até ficar. Marcar.
Achar

terça-feira, 23 de junho de 2009

peço licença e ando devagar
um pé descalço atrás do outro
deixando passar o vento

ao lado de toda a afobação há a calma
o esperar astuto, o observar atento
um ritmo meu, próprio, que combina meu sangue e minha alma

quinta-feira, 21 de maio de 2009


A ventania

Assovia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém,
nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha
cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que
bate em minha cara.

Eduardo Galeano

domingo, 17 de maio de 2009


Doutor, venho aqui pedir ajuda.
Pode bater raio-X, cronometrar meu tempo, bater no meu joelho que não é disso que estou falando. Estou com um problema respiratório. Não, eu não fumo – na verdade, deveria... Não consigo respirar fundo, doutor. Não consigo ter a (c)alma de alguem que deixa muito ar entrar e está bem com isso. De repente fumando acabo me obrigando a tal movimento, mas não enxergo isso como um processo natural e, assim como não quero viver a vida a base de remedios, não quero depender de cigarros. Alias, acho que esse é o principal problema, tenho incucado na cabeça que nao posso depender de nada e de ninguém. Com isso, fico com medo do que se aproxima demais a ponto de entrar e ficar em mim, mesmo que precise deste para viver.

Doutor, estou com falta de ar e de amor.

terça-feira, 17 de março de 2009


Tapete no chão, pés no tapete, roupas brancas, alma clara, uma benção.

E começa o show com uma mistura de músicas e expectativas - sinceramente ambas se superaram... Arranjos alegres e cheios de intenção e sentimento marcaram as noites do estrela da lapa esse fim de semana. Um presente quase personalizado - com dedicatória e tudo - pra cidade do Rio.
E eu fico com o meu, contente com a troca e o carinho.

quarta-feira, 4 de março de 2009

CApianos


"Nós ainda não causamos problema no mundo porque somos poucos."

segunda-feira, 2 de março de 2009

O amor

Na selva amazônica a primeira mulher e o primeiro homem se olharam com curiosidade. Era estranho o que tinham entre as pernas.
- Te cortaram? - perguntou o homem.
- Não - disse ela - Sempre fui assim.
Ele examinou-a de perto. Coçou a cabeça. Ali havia uma chaga aberta. Disse:
- Não comas mandioca, nem bananas, e nenhuma fruta que se abra ao amanhecer. Eu te curarei. Deita na rede, e descansa.
Ela obedeceu. Com paciência bebeu os mingaus de ervas e se deixou aplicar as pomadas e os ungüentos. Tinha de apertar os dentes para não rir, quando ele dizia:
- Não te preocupes.
Ela gostava da brincadeira, embora começasse a se cansar de viver em jejum, estendida em uma rede. A memória das frutas enchia sua boca de água.
Uma tarde o homem chegou correndo através da floresta. Dava saltos de euforia e gritava:
- Encontrei! Encontrei!
Acabava de ver o macaco curando a macada na copa de uma árvore.
- É assim - disse o homem, aproximando-se da mulher.
Quando acabou o longo abraço, um aroma espesso, de flores e frutas, invadiu o ar. Dos corpos, que jaziam juntos, se desprendiam vapores e fulgores jamais vistos, e era tanta a formosura que os sóis e os deuses morriam de vergonha.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Janeiro 2009

Escrevo buscando inspiração. Escrevo esperando que as palavras se formem numa ordem lógica improvisada que siga uma harmonia com o ritmo que me forma e quem sabe fazer uma música minha concreta que mostre aquela minha espontaneidade que também pode se chamar improviso que eu já falei nessa frase.

Acho que amo os apaixonados. Amo as paixoes, a sensação, o momento, tempo no espaço que parece que pára, os sorrisos que brotam com força e certeza de que tem que ser, o futuro de si que se forma tatuagem na alma, o corpo que dança ritmo apaixonado, a mente que cria realidades...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


E ontem, no meio de tudo, parece que o mundo parou.
Desesperei, tive vontade de sentar e chorar, mas nem isso saiu de mim. Como se não tivesse de onde sair tanta força. Estou fraca, frágil. Estou nada. Foi aí que eu percebi que de mim, o que eu admiro sao os meus amigos. Olhei para um lado, olhei para outro, para todos e tudo o que vi foram amigos. Foram olhares. Sorrisos. Foi me sentir à vontade apesar de tudo. Peço desculpas aos meus amigos, acho que até entao não tinha dado a chance de me sentir totalmente à vontade. Acho que nunca tinha me deixado ser tão eu. Nunca tinha me mostrado tão vazia.

É recíproco. O carinho será retribuído lealmente, realmente, eternamente.

domingo, 15 de fevereiro de 2009


Sabe-se muito de si amando.
(mas isso nao é motivo pra sair por aí procurando um amor.)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Não aguento mais falar de amor.
Parece que a cada vez que penso e escrevo, ele vai se desfazendo, se dissipando no meu espaço. O meu amor é vivido, é secreto, é sentido. Quanto mais eu digo de amor, menos ele existe de fato (mais ele existe só em mim – e sinceramente, já deu de platonismo).
O meu amor é o momento, de momento, não tem hora e nem forma, não tem endereço de chegada e também não sei qual parte de mim é o remetente.
Me sinto perdendo tempo falando do amor. Assim, conforme o tempo passa vem a distância, tão esperada, entre eu e ele.

E, assim, repito a pergunta:
será que permaneço capaz para o amor?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"(...) sou uma amadora, uma viciada em cores, uma pessoa que
precisa enxergar além das paredes, inverter a realidade,
preciso criar, me sujar, lambuzar minhas angústias,
dar forma à minha loucura (...)"

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo
e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais
viver sem manual de instrução."
Martha medeiros.
Divã.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar

terça-feira, 6 de janeiro de 2009


"Contava pra eles da bravura do mar
que não obedece a ninguém,
a não ser à lua..."

"A luz apaga porque já raiou o dia..."