segunda-feira, 29 de dezembro de 2008



Tudo muda.
Tudo mudo.
E não calo.

sábado, 27 de dezembro de 2008

"Eles são dois por engano. A noite corrige."

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

" VOCÊ ACREDITA QUE O QUE É BOM DURA POUCO? Eu acredito no que é bom. Se dura pouco é porque talvez a gente perca tempo demais pensando no quanto as coisas deveriam durar. E SE EU TE DISSER QUE EU QUERIA FICAR PRA SEMPRE? Eu diria que o nosso sempre acaba de acontecer. AGORA? É. Neste momento tudo está quase perfeito. E O QUE FALTA? Só mesmo o meu silêncio poderá dizer. E O QUE ELE DIZ? Silêncio. "
Diogo Liberano

sábado, 22 de novembro de 2008

Mas falar não é suficiente.
Falei, falei, falei, falei...
até sufocar.
Aí então eu percebi que
palavras não são suficientes,
falta ar

é preciso pausa,
deixar ecoar.

É preciso a metade silêncio de cada som.

Preciso ser música.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não divinha nem alcança.
Entretanto são palavras simples:definem
partes do corpo, movimentos, atos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentençados séculos

É tudo proibido. Então, falamos."
Drummond

e falamos. e falamos. e falamos...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Desamor

Acho que a decepção é o pior dos sentimentos,
pior que a dor ou a saudade.
Desespera, acaba com a esperança.
Dá um nó no peito e na garganta -
essa, que quer gritar mil desaforos mas não consegue.
Simplesmente não consegue.

É devastador pensar que a pessoa que te pode "fazer sorrir"
é a única que sabe te fazer chorar.
E não bastando estar no passado
faz questão de não-estar no presente.

Engraçado como é no amor que se vê o sujo do homem.

... como se a cada bofetada meu coração ficasse mais duro,
pedra que sangra.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Galeano

A arte e o tempo

"Quem são os meus contemporâneos? - pergunta-se Juan Gelman.
Juan diz que às vezes encontra homens que têm cheiro de medo, em Buenos Aires, em Paris ou em qualquer lugar, e sente que estes homens não são seus contemporâneos. Mas existe um chinês que há milhares de anos escreveu um poema, sobre um pastor de cabras que está longe, muito longe da mulher amada e mesmo assim pode escutar, no meio da noite, no meio da neve, o rumor do pente em seus cabelos; e lendo esse poema remoto, Juan comprova que sim, que eles sim: que esse poeta, esse pastor e essa mulher são seus contemporâneos."


Causos

"Nos antigamentes, dom Verídico semeou casas e gentes em volta do botequim El Resorte, para que o botequim não se sentisse sozinho. Este causo aconteceu, dizem por aí, no povoado por ele nascido.
E dizem por aí que ali havia um tesouro, escondido, na casa de um velhinho todo mequetrefe.
Uma vez por mês, o velhinho, que estava nas últimas, se levantava da cama e ia receber a pensão.
Aproveitando a ausência, alguns ladrões, vindos de Montevideo, invadiram a casa.
Os ladrões buscaram e buscaram o tesouro em cada canto. A única coisa que encontraram foi um baú de madeira, coberto de trapos, num canto do porão. O tremendo cadeado que o defendia resistiu, invicto, ao ataque das gazuas.
E assim, levaram o baú. Quando finalmente conseguiram abrí-lo, já longe dali, descobriram que o baú estava cheio de cartas. Eram as cartas de amor que o velhinho tinha recebido ao longo de sua vida.
Os ladrões iam queimar as cartas. Discutiram. Finalmete, decidiram devolvê-las. Uma por uma. Uma por semana.
Desde então, ao meio dia de cada segunda-feira, o velhinho se sentava no alto da colina. E lá esperava que aparecesse o carteiro no caminho. Mal via o cavalo, gordo de alforjes, entre as árvores, o velhinho desandava a correr. O carteiro, que já sabia, trazia sua carta nas mãos.
E até São Pedro escutava as batidas daquele coração enlouquecido de alegria por receber palavras de mulher."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Considerações

sou...

Desfaz.
Amassa, rasga, queima.
É. Eu disse queima...

Eu gosto de verde.
Instável
saudosa
esperançosa
sinto, muito
olho
me interesso
preciso de beleza
inquieta
quero ser grandepequena
penso ser música
Gosto de verde.
nãosounada
sempre quis muito
(mesmo que parecesse ser modesta)
juro que não presto.
juro.

...Verde.
(coincidentemente, acho que isso responde muito)

vagabundo


"Arranca o couro cabeludo
Arranca caspa, arranca tudo
Deixa entrar sol nesse porão
Em qualquer dia por acaso
Desfaz-se o nó, rompe-se o vaso
E surge a luz da inspiração"